HISTÓRIA DE COLATINA
Colatina é um município brasileiro do estado do Espírito Santo. Tem 111.789 habitantes segundo as estimativas do IBGE para o ano de 2006. Situa-se às margens do rio Doce, ao norte do estado. Possui 6 distritos - Angelo Frechiani, Baunilha, Boapaba, Graça Aranha, Itapina e a Sede.
A ocupação das áreas onde hoje situam-se o município de Colatina tem relação com a lógica da reprodução da expansão da lavoura cafeeira para as terras de rarefeita ocupação vizinhas ou ao norte do Rio Doce. Corroboraram também em tal processo a pouco disponibilidade de terras agricultáveis na região Centro-serrana do Espírito Santo, que privava muitas famílias da tradição da herança. Isso tornou imperioso a posse de novas terras.
Tal movimento foi potencializado pela construção da primeira ponte sobre o Rio Doce em solo capixaba, inaugurada em 1928. O eixo logístico formado pela conjugação da ponte com a EFVM determinou uma centralidade no que tange ao norte do Espírito Santo e áreas dos estados vizinhos (leste de MG e sul da Bahia) que até nos dias atuais rendem a Colatina a liderança em oferta de serviços de educação, saúde e comércio varegista.
Retratando a diversidade étnica presente no Espírito Santo, a região de Colatina tem população multifacetada, mas predominantemente descendente da colonização europeia, principalmente de italianos, alemães e portugueses.
Foi fundada em 30 de dezembro de 1921, inicialmente compreendendo as terras dos atuais municípios de Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Governador Lindenberg, Linhares,Marilândia, Pancas, São Domingos do Norte e São Gabriel da Palha.
O nome do município é uma homenagem a Colatina Soares de Azevedo, neta materna deJoaquim Celestino de Abreu Soares, barão de Paranapanema, e esposa de José de Melo Carvalho Muniz Freire, presidente do Espírito Santo de 1892 a 1896 e de 1900 a 1904.
Itapina Em meados do século XX, assentado nos êxitos da lavoura cafeeira, junto ao Rio Doce e atravessado pela Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), Itapina teve notório crescimento econômico e populacional, chegando a rivalizar com a sede do município. Possuia agências bancárias, cinema e um vigoroso comércio. Em virtude da crise da economia cafeeira (décadas de 1960 e 70), com a política de erradicação dos cafezais,Itapina decaiu.
DONA COLATINA
Dona Colatina era paulista, nascida a 24 de novembro de 1864. Era filha de Sebastião José Rodrigues de Azevedo e de dona Colatina Soares de Azevedo, filha do capitão Joaquim Celestino de Abreu Soares, Barão de Paranapanema, e de sua primeira esposa dona Joaquina Angélica de Oliveira, descendente do cavaleiro fidalgo da casa de el-rei de Portugal, D. João III, que foi Antonio de Oliveira, 1º Feitor da Fazenda Real da Capitania de São Vicente, por mercê real de 1537, loco-tenente do donatário Martim Afonso de Souza.
Era uma bela jovem e já solteira dominava os idiomas alemão, francês e italiano. Também aprendeu música com um dos maestros mais famosos da época, Girondon, e participou cantando de muitos saraus nos palácios em São Paulo, na administração do então governador (presidente do Estado) Florêncio de Abreu.
O casamento aconteceu em 28 de janeiro de 1882, com José de Melo Carvalho Muniz Freire, que participou da política capixaba tão intensamente que acabou tornando-se presidente do Estado por duas vezes, de 1892 a 1896 e de 1900 a 1904. Tiveram 10 filhos: Izilda, José de Mello Carvalho Muniz Freire Filho, Alarico, Átila, Genserico, Olga, Dora, Ragadázio, Manoel e Ilma.
Foi homenageada com o nome à Vila de Colatina, a 9 de dezembro de 1899, pelo desembargador Afonso Cláudio. Em discurso, ele disse: "Esta homenagem à paulista, certamente, tornará próspera a futura cidade".
UMA MEDALHINHA DE SORTE
A revista do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (IHGES), de 1961 e 1963, em homenagem ao centenário de aniversário de Muniz Freire, publicou uma história sobre ele e Dona Colatina. É um discurso, no IHGES, de José Paulino Alves:
"Dona Colatina, sua virtuosa consorte, mulher de progênie ilustre, de boa cepa, vinda de São Paulo, era católica... Não muito apegada ao culto; mas católica, sobretudo, por tradição de família.
Na vida dela, sempre escorreita, e já, agora, enobrecida, na vivência conjugal, não haveria jamais passado, quente e maléfico, influxo da descrença. Vida sempre adornada de virtudes, desde os tempos de colégio, nunca sofreram o assédio da dúvida, que atormenta. Católica; educada no temor de Deus, que, como é das letras sagradas, se insinua feito princípio da sabedoria, (initium sapientiae, timor domini) - Dona Colatina, vez nenhuma tivera hesitações... Carola não! Nada de apego à má parte, aos excessos de devoção; mas, em tudo, muito equilíbrio, como grande mulher paulistana que o era.
Possível fora que jamais sofresse as crises interiores, - crer ou deixar de crer _ nesse estado de inquietação possível, que maltrataram sempre, com uma ou outra das alternativas... Às vezes, a cultura ocorre, como processo desagregador. E dói, dói muito... Ma era católica. Católica, desde o berço. Era católica, e católica continuava a ser... Havia um dia, no ano em que não deixava de ir à igreja: adoração do Santíssimo (Quinta-feira Santa).
Dona Colatina tinha uma medalhinha da Virgem, medalhinha toda de ouro maciço, presente da avozinha dela. Quando o Dr. Muniz Freire viajava, fazia questão que levasse consigo essa peça de metal, intrínseca e extrínsecamente preciosa, para o proteger. O Dr. Muniz Freire sempre dizia que sim. Assentia, sempre a sorrir. E, quando voltava das viagens, que, quase sempre, eram de curta duração, não deixava de dar benevolente grado à fortuna; graças à fé, aquela fé, afervorada e bela, sempre o céu se lhe mostraram propício.E, como era nobre, corretíssimo, na maneira de agradecer à espôsa tanta ternura e tantos cuidados!
Veja as belas imagens de nossa cidade.
Contribuição da Profª fabiola.
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